segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Por trás do FIQ

Para atender milhares de pessoas diariamente, monitores, faxineiros e seguranças foram acionados


Ela passava arriscando um olhar a cada quadro. Receava em parar, mas não resistia à imensidão de cores em meio àquelas paredes brancas da galeria. Parou, puxou os instrumentos junto ao corpo e se perdeu nos desenhos por poucos segundos. Retomada a consciência do trabalho, ela seguiu em frente. Olhava para o lado, para o chão e sorria aos visitantes. Deu três passos, até que os olhos se prenderam a dois atrás. Voltou os que deu por demais e parou para observar, mais uma vez. Viu. Leu. Imaginou e sorriu. Naquele instante de segundo, ela era, assim como os outros, uma visitante. Com ar de criança, Nayara voltou à pá e à vassoura. A moça de 21 anos está cuidando da limpeza das galerias durante o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) e corre a vassoura no chão e os olhos na parede.

Nayara Viviane cursa o segundo ano do Ensino Médio e ficou encantada com a exposição. “O pessoal lá da escola está comentando. Alguns deles vieram visitar e todos gostaram muito do que viram. Estou trabalhando aqui, temporariamente. Temos que estar concentradas no trabalho, mas acabo passando o olho nos quadrinhos. Muito bonitos”, comentou.

Parei para ir ao banheiro ou ao toalete, como se diz no Palácio das Artes. Empurro a pesada porta branca e me deparo com Simone, Simone Passos. Com 22 anos, a mulata limpava a pia semimolhada e cantarolava um pagode. Perguntei, confirmando, se era Exaltasamba e ela respondeu num largo sorriso que “só no pagodinho para ficar nesse banheiro o dia inteiro”. A jovem também já havia se rendido as belezas da exposição e me recomendou certas galerias. “No tempo que pude, já visitei algumas partes do festival. A que é dedicada às crianças está muito bacana. Está tudo muito interessante. Eu gostei bastante”, disse.
Ela contou que já se formou no Ensino Médio e que agora quer fazer um curso para ser técnica em segurança.
E eu contei que, nos dias 13 e 14 de novembro, o Exaltasamba se apresenta no Chevrolet Hall. Ela adorou e voltou a cantar.

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